Concerto para corpo e alma...


Compreendi que a vida não é uma sonata que, para realizar sua beleza, tem que ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e de amor justifica a vida inteira.


Rubem Alves - Concerto para corpo e alma




Essa última frase me emociona, pois ela representa o "fio de Ariadne" no qual nos agarramos para continuar a caminhar nesse labirinto que é a vida! Não sabemos o que nos aguarda em cada curva, em cada passagem, mas se não gostarmos da paisagem, do cenário, existe sempre esse "fio", tecido com o algodão do pensamento, das lembranças, que nos ligam àqueles lugares... momentos de beleza e amor, que nos dão força suficiente para "matar o minotauro" e continuar a caminhar...



1 comentários:

Anônimo 25 setembro, 2006 14:07  

Nenhum rosto é comum,
nenhum olhar é apagado,
nenhum sorriso é sem cor,
nenhum silêncio é vazio,
nenhuma voz é mera puluição sonora,
nenhum aperto de mão é simples gesto formal,


Para quem sabe:
- em cada rosto ler a história de uma vida,
- em cada olhar decifrar os sonhos de um visionário,
- em cada sorriso descobrir a beleza das flores que desabrocham,
- em cada silêncio perceber a força maior do que o ruído dos muitos gritos,
- em cada voz entender o que atrás das palavras se esconde de indizível,
- em cada aperto de mão sentir o calor de um convite à comunhão.

O homem para o homem
é mensagem que se diz
em cada ponta do seu ser!

Rogério Cardoso

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aos (im)possíveis leitores

"Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?"
Clarice Lispector

sobre mim...

“Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomar-me-iam por uma aberração?”

Clarice Lispector