Ora até que enfim..., perfeitamente...Cá está ela!Tenho a loucura exatamente na cabeça.
Meu coração estourou como uma bomba de pataco,E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...
Graças a Deus estou doido!Que tudo quanto dei me voltou em lixo,E, como cuspo atirado ao vento,Me dispersou pela cara livre!Que tudo que fui se me atou aos pés,Como a serapilheira para embrulhar coisa nenhuma!Que tudo quanto pensei me faz cócegas na gargantaE me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!
Graças a Deus, porque, como na bebedeira,Isto é uma solução,Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!
Poesia transcendental, já a fiz também!Grandes raptos líricos, também já por cá passaram!A organização de poemas relativos à vastidão de cada assuntoresolvido com vários -Também não é novidade.Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universopara o despejar comia-o.Com esforço, mas era para bom fim.Ao menos era para um fim.E assim como sou não tenho fim nem vida...
Ora até que enfim..., perfeitamente... - Fernando Pessoa
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