Em meus momentos escurosEm que em mim não há ninguém,E tudo é névoas e murosQuanto a vida dá ou tem,Se, um instante, erguendo a fronteDe onde em mim sou aterrado,Vejo o longínquo horizonteCheio de sol posto ou nadoRevivo, existo, conheço,E, ainda que seja ilusãoO exterior em que me esqueço,Nada mais quero nem peço.Entrego-lhe o coração.
Fernando Pessoa (1888-1935)
em meus momentos escuros
Postado por
Cláudia Paula
23/08/2007
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