bala perdida
Os alvos são os esquecidos da nação
Enquanto se fala em bala perdida
Vidas são atingidas por elas ou por omissão?!
A história fica com furos que na carne se faz
Balas que amargam vidas dos que ficaram para trás
No comércio do crime
A vida não tem prazo de validade!
A violência não mais assusta
Só susta!
carrossel
Ainda tenho sonhos, ainda sou criança, resta ainda esperança, só envelheci...
Dentro de mim ainda alimento esses vividos momentos de brincar e sorrir
E no triciclo da vida, pedalo na contramão, fazendo dos instantes vividos
Meu carrossel de emoção!
Onde figura um cavalo marinho que vem das profundezas pra me dar a mão
E esse ser de longe, de onde nunca estive, me faz ver melhor onde passo, enfeitando os caminhos, enchendo-os de laços, esquecendo cansaços, dores, ilusões...
Girando de mãos dadas, seguimos nossa jornada nos alimentando de palavras encantadas, iguais aos dos contos de fadas que transformam nosso ser...
Em cada passo, como pontinhos a ligar, vamos desenhando a vida, mesmo sabendo da existência de bruxas más.
E assim percebo que não estou na contramão, mas sim, que a vida é uma roda, que gira sempre, sem direção...
em meus momentos escuros
Em meus momentos escurosEm que em mim não há ninguém,E tudo é névoas e murosQuanto a vida dá ou tem,Se, um instante, erguendo a fronteDe onde em mim sou aterrado,Vejo o longínquo horizonteCheio de sol posto ou nadoRevivo, existo, conheço,E, ainda que seja ilusãoO exterior em que me esqueço,Nada mais quero nem peço.Entrego-lhe o coração.
Fernando Pessoa (1888-1935)
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