Ao longo das janelas mortasMeu passo bate as calçadas.Que estranho bate!... SeráQue a minha perna é de pau?Ah, que esta vida é automática!Estou exausto da gravitação dos astros!Vou dar um tiro neste poema horrível!Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso Senhor,[as prostitutas, os mortos!Venham ver a minha degradação,A minha sede insaciável de não sei o que,As minhas rugas.Tombai, estrelas de conta,Lua falsa de papelão,Manto bordado do céu!Tombai, cobri com a santa inutilidade vossaEsta carcaça miserável de sonho...
Ao longo das janelas mortas - Mário Quintana
ao longo das janelas mortas
Postado por
Cláudia Paula
22/05/2007
Marcadores: Mário Quintana
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