Os versos que a gente escreve,mesmo que sejam banais,é um pouco da vida breveque não volta nunca mais !...
Menestrel Lobo da Estepe
Os versos que a gente escreve,mesmo que sejam banais,é um pouco da vida breveque não volta nunca mais !...
Menestrel Lobo da Estepe
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O mundo, às vezes, fica-me tão insignificativoComo um filme que houvesse perdido de repente o som.Vejo homens, mulheres: peixes abrindo e fechando a boca num aquário.Ou multidões: macacos pula-pulando nas arquibancadas dos estádios...Mas o mais triste é essa tristeza toda colorida dos carnavaisComo a maquilagem das velhas prostitutas fazendo trottoir.Às vezes eu penso que já fui um dia um rei, imóvel no seu palanque,Obrigado a ficar olhandoIntermináveis desfiles, torneios, procissões, tudo isso...Oh! Decididamente o meu reino não é deste mundo!Nem do outro...
O silêncio - Mário Quintana
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Hoje encontrei dentro de um livro uma velha cartaamarelecida,Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...Eu tenho um medoHorrívelA essas marés montantes do passado,Com suas quilhas afundadas, comMeus sucessivos cadáveres amarrados aos mastrose gáveas...Ai de mim,Ai de ti, ó velho mar profundo,Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!
A carta - Mário Quintana
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Ao longo das janelas mortasMeu passo bate as calçadas.Que estranho bate!... SeráQue a minha perna é de pau?Ah, que esta vida é automática!Estou exausto da gravitação dos astros!Vou dar um tiro neste poema horrível!Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso Senhor,[as prostitutas, os mortos!Venham ver a minha degradação,A minha sede insaciável de não sei o que,As minhas rugas.Tombai, estrelas de conta,Lua falsa de papelão,Manto bordado do céu!Tombai, cobri com a santa inutilidade vossaEsta carcaça miserável de sonho...
Ao longo das janelas mortas - Mário Quintana
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"Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?"
Clarice Lispector
“Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomar-me-iam por uma aberração?”
Clarice Lispector
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