Olho as minhas mãos: elas só não são estranhasPorque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-lasAssim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar...Fechá-las, de repente,Os dedos como pétalas carnívoras !Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo,Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamentoComo tecem as teias as aranhas.A que mundoPertenço ?No mundo há pedras, baobás, panteras,Águas cantarolantes, o vento ventandoE no alto as nuvens improvisando sem cessar.Mas nada, disso tudo, diz: "existo".Porque apenas existem...Enquanto isto,O tempo engendra a morte, e a morte gera os deusesE, cheios de esperança e medo,Oficiamos rituais, inventamosPalavras mágicas,FazemosPoemas, pobres poemasQue o ventoMistura, confunde e dispersa no ar...Nem na estrela do céu nem na estrela do marFoi este o fim da Criação !Mas, então,Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos ?Quem faz - em mim - esta interrogação ?
Olho as Minhas Mãos - Mário Quintana
olho as minhas mãos
Postado por
Cláudia Paula
25/03/2007
Marcadores: Mário Quintana
2 comentários:
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
(Fernando Pessoa)
Silêncio
A vida barulhenta
é trocada pela voz de seu coração.
Quando as palavras se calam no seu interior,
você experimenta a sensação do divino.
As noites agitadas de quem não quer perder nada
são substituídas por encontros mais tranqüilos
dentro de sua alma.
Viver o silêncio de seu ser
consiste em esvaziar seu coração todos os desejos, pensamentos, fantasias,
tudo o que você guardou dentro de si,
e deixar um espaço para sua alma
se expressar sutilmente.
Entender palavras é muito fácil,
mas você experimentará o perfume da vida
quando compreender os milagres que acontecem
quando um olhar encontra silenciosamente
o olhar de outra pessoa.
Você conhece a verdadeira amizade
quando as palavras não são necessárias
e consegue perceber a beleza
da lua encontrando o sol.
Seu interior tem muito mais a dizer do que todo
o noticiário dos jornais.
Seu ser tem mais força do que todas as imagens das novelas.
Quando acontece o silencio, você não tem
mais nada para provar.
Roberto Shinyashiki
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