tristeza do infinito
Postado por
Cláudia Paula
13/01/2007
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
ondula, vagueia, oscila
e sobe em nuvens de fumo
e na minh'alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
de não sei quando nem como...
flor mortal, que dentro esconde
sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas...
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas...
Tristeza de outros espaços,
de outros céus, de outras esferas,
de outros límpidos abraços,
de outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
e acabam na Realidade,
através do mar tristonho
desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável...
ah! tristeza do Infinito!
Tristeza do Infinito - Cruz e Sousa
1 comentários:
Cláudia, vc é encantadora! Se vc estiver on, vai ser bom conversar viva voz com vc. Amanhã estarei on por volta das 21 h. No yahoo meesenger!
Beijos....
Rogério
De Tereza Amaral
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As faces
Quantos somos cada um?
Dentro de nossas verdades?
Quantos somos na nossa metade?
Um par? Talvez três?
Faz de conta, leva a vida...
Ou vive tudo de uma vez.
Quantos somos quando se vive sem amor?
Insanos, cansados...
Simplesmente anestesiados...
Tolos enganados
Achando-se imunes a dor
Certos de que estamos certos
Fixos, herméticos
De olhos cerrados
Quantos somos?
Quantas faces temos?
Quando não somos amados?
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