Felizmente há os dias de chuva...



Felizmente há os dias de chuva que nos fazem parar! Os raios e trovões, que na maioria das vezes, a acompanham, nos obrigam a desfazer dos artifícios eletrônicos, etc... que sempre nos fazem companhia, nos distraindo tão perfeitamente e assim, ficarmos “sós”.
E nesse estar só me vejo rodeada de pensamentos, aqueles que eu não deixava vir à tona por estar distraída!
Os raios e trovões nunca me causaram medo, assim como os meus pensamentos, mas hoje foi diferente... tive medo, tanto dos raios e trovões, quando dos meus pensamentos. Um clarão se fez presente do lado de fora da janela e do lado de dentro da janela de minha alma.  Algo parecido com a “Lucidez Perigosa” da Clarice.
Esse clarão me fez ver o que antes estava oculto ou o que eu mesma preferia ocultar de mim, mas hoje não teve como, eu vi! Vi o que não ouso dizer aqui, por que então, ficaria nua e a nudez nem sempre é bem vista! Preciso de roupas, acho que vou sair pra comprar uma nova, assim as pessoas me virão melhor, mas... quer saber?! Que se danem as pessoas que só me vêem bem assim, de roupa, vou me despir e ficar nua diante do mundo!
Mas... agora a chuva já está parando, o clarão se desfazendo e os velhos pensamentos voltando, ocultando, me vestindo! Tento resistir mas, somente o medo dos raios e trovões me dão força para isso, e eles também já cessaram.
Mas, felizmente há os dias de chuva...

2 comentários:

Anônimo 11 outubro, 2006 00:40  

“Auto-conhecimento,um dos objetivos da terapia,apura a visão e leva a entender melhor,a conviver com feridas, a sobrenadar mesmo quando a onda é forte e feia.Sentir-se valorizado por alguém,amigo,amor,por um grupo,pode ser definitivo.(...)
Tendo consciência de que amando-nos mais poderíamos viver melhor,passaremos a trabalhar nisso.Começamos tentando mudar de perspectiva: em lugar de enxergar só a parede em frente,contemplar um pedaço que seja de paisagem.Passar de vítima a autor de si mesmo é um bom movimento.(...)
Ainda que a gente nem perceba,tudo é avanço e transformação,acúmulo de experiência,dores de parto de nós mesmos,cada dia refeito.“(Lya Luft)
(Perdas e Ganhos)

Anônimo 15 dezembro, 2006 21:39  

Cláudia, vc deixa qualquer um apaixonado por você!

Você é expressão em cada ponta de seu ser!

Postar um comentário

aos (im)possíveis leitores

"Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?"
Clarice Lispector

sobre mim...

“Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomar-me-iam por uma aberração?”

Clarice Lispector