"Nasci chorando moinhos de vento..."



Saber desistir


"Saber desistir. Abandonar ou não abandonar — esta é muitas vezes a questão para um jogador. A arte de abandonar não é ensinada a ninguém. E está longe de ser rara a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando. Serei capaz de abandonar nobremente? Ou sou daqueles que prosseguem teimosamente esperando que aconteça alguma coisa?"


Clarice Lispector - Um Sopro de Vida

VIII – Charneca em flor



Abrir os olhos, procurar a luz,
De coração erguido ao alto, em chama,
Que tudo neste mundo se reduz
A ver os astros cintilar na lama!

Amar o sol da glória e a voz da fama
Que em clamorosos gritos se traduz!
Com misericórdia, amar quem nos não ama,
E deixar que nos preguem numa cruz!

Sobre um sonho desfeito erguer a torre
Doutro sonho mais alto e, se esse morre,
Mais outro e outro ainda, toda a vida!

Que importa que nos vençam desenganos,
Se pudermos contar os nossos anos
Assim como degraus duma subida?

VIII – Charneca em flor – Florbela Espanca

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Indefinida

A Coragem Que Não Tem




Il Coraggio Che Non C'è

Ci sono giorni in cui la vita è piena di perché
La speranza fa fatica a risolvere i tuoi se
Perdi fede nell'amore nella gente e pensi che
Sia impossibile sofrire più di te

E sono giorni in cui ti arrendi al mondo in torno per
Non sentire la paura di un coraggio che non c'è
E ti senti così solo da non poterne più
Senza forza per lottare aspetti

Una via d'uscita un domani che
Curi la ferita chiusa dentro te
Se la cercherai, troverai il coraggio che non c'è

E quando sbagli non importa ci riproverai
Ci sarà sempre una porta un ostacolo per noi
Quel che conta veramente è non rinunciare mai
Perché forse c'è soltando a un passo

Una via d'uscita, un domani che
Porti un'altra vita per tutti anche per te
Se ci crederai, troverai il coraggio che non c'è

Per tutti quelli che non l'hanno più
Per chi l'ha perso e lo sta cercando
E per chi sta male come stavi tu
Ma che ancora spera fino a che poi ci sarà

(coro)

Una via d'uscita un domani che

Porti un'altra vita per tutti anche per te
Una strada che non si perda nel dolore

(coro)

Non lasciati andare cerca dentro te

Quella via d'uscita, il domani che
Tu ritroverai dentro quel coraggio che ora c'è

 

 

A Coragem Que Não Tem

Existem dias em que a vida está cheia de porquês
A esperança está cansada de resolver as suas dúvidas
Perde-se a fé no amor, nas pessoas e pensa-se que
Seja impossível sofrer mais que você

E são dias nos quais se rende ao mundo em torno para
Não sentir o medo de uma coragem que não tem
E se sente assim só, de não poder mais
Sem força para lutar...

Espere uma saída, uma manhã que
Cure a ferida oculta dentro de você
Se procurar, achará a coragem que não tem

E quando erra não se importa, se reprovará
Existirá sempre uma porta, um obstáculo para nós
O que conta realmente é não renunciar jamais
Porque talvez esteja somente a um passo

Espere uma saída, uma manhã que
Leve uma outra vida para todos e também para você
Se acreditar, encontrará a coragem que não tem

Para todos aqueles que não têm mais
Para quem a perdeu e a está procurando
E para quem está mal como você estava
Mas que ainda espera até mesmo o que pode ser

(coro) Uma saída, uma manhã que...

Leve uma outra vida para todos e também para você
Uma estrada que não se perca na dor

(coro) Não deixe ir, procure dentro de você

Aquela saída, a manhã que
Você reencontrará dentro, aquela coragem que, portanto tem.


Fonte: http://letras.terra.com.br/laura-pausini/77616/traducao.html

infelicidade

esperar

extraordinário

feliz

tristes almas humanas

aos (im)possíveis leitores

"Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?"
Clarice Lispector

sobre mim...

“Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomar-me-iam por uma aberração?”

Clarice Lispector